A vida só tem um sentido, e o único sentido que a vida tem é quando investimos nossa vida na vida dos outros, ou quando encarnamos a luta dos outros como se ela fosse nossa, a luta do coletivo. Esta é a lida do Promotor de Justiça: lutar pela construção contínua da cidadania e da justiça social. O compromisso primordial do Ministério Público é a transformação, com justiça, da realidade social.



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20 de maio de 2009

Ataque ao MP

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Por Ricardo Amaral
Fonte: Revista Época
Edição: 16/05/2009

Um comentário:

Cartas de Política disse...

Independente de o artigo parecer um ataque ao Ministério Público, podemos fazer como os promotores e indagar de certas coisas.

Foi mesmo apenas condenado a uma pena, que a rigor nem é pena, de suspensão por 90 dias o procurador do Amazonas que desviou recursos previdenciários estaduais?

E se fosse um cidadão comum que tivesse desviado recursos do fundo previdenciário dos magistrados, o que teria recebido como pena?

As comparações e questionamentos são tema de debate intenso entre valores e medidas de justiça adotados para uns e outros.

Quanto a sedes suntuosas do judiciário, isso vem de longa data e também levanta questionamentos.

É justo num país onde educação e saúde estão abandonadas, magistrados planejarem e construírem tamanhos palácios sem prestarem contas aos cidadãos?

O mais certo é que sendo os magistrados idealistas defensores do povo, devem sim fazer uma campanha pelo voto popular para que os magistrados, juízes ou promotores, se elejam e se mantenham em seus cargos recebendo da população, os cidadãos que apelam a seus trabalhos e decisões finais, mais um voto de confiança ou então a pura e simples exoneração pelo voto de desconfiança da população, ao fim do tempo do seu mandato. O que há de errado nisso?

Juízes e promotores americanos se submetem a esse voto popular desde a época em que seu judiciário se estruturou e o sistema tem sido apoiado pela população até hoje, desde que foi implantado. Quanto ao sistema brasileiro, o cidadão não pode questionar, argumentar ou sugerir num referendo, ficando apenas como espectador de tudo o que vê de errado. Ele pode apenas questionar, argumentar ou sugerir como uma voz distante, como se nem fizesse parte desse país.

Na suprema corte americana, num aparente paradoxo, os juízes são indicados pelo presidente, mas há um detalhe. São juízes que construíram uma longa reputação de serem eleitos e reeleitos pelos cidadãos que assistiram e portanto mereceram essa distinção da indicação presidencial, após anos de serviços onde prestaram contas do que fizeram ao povo, que confiando neles, os reconduziu a mais um mandato como juízes ou promotores.

O que há de errado ou tão temível nisso para que os magistrados idealistas do Brasil não comecem a logo propor tal sistema por aqui?

Quantas distorções ou erros o voto do cidadão não poderia corrigir?

E se os magistrados idealistas tem os cidadãos em alta conta, não seria melhor ainda se tivessem dessa forma, o voto de confiança deles para serem empossados como juízes ou promotores?

Alguns argumentarão que o cidadão não estará preparado para votar assim. Então, do meio dos cidadãos, quem estará preparado para ser magistrado?

É um tema que levanta debates apaixonados a favor ou contra, mas duas palavras indicam o caminho para isso e são a razão e a justiça.

Teremos aí então, o voto popular como o vigilante dos vigilantes.

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Paradigma

O Ministério Público que queremos e estamos edificando, pois, com férrea determinação e invulgar coragem, não é um Ministério Público acomodado à sombra das estruturas dominantes, acovardado, dócil e complacente com os poderosos, e intransigente e implacável somente com os fracos e débeis. Não é um Ministério Público burocrático, distante, insensível, fechado e recolhido em gabinetes refrigerados. Mas é um Ministério Público vibrante, desbravador, destemido, valente, valoroso, sensível aos movimentos, anseios e necessidades da nação brasileira. É um Ministério Público que caminha lado a lado com o cidadão pacato e honesto, misturando a nossa gente, auscultando os seus anseios, na busca incessante de Justiça Social. É um Ministério Público inflamado de uma ira santa, de uma rebeldia cívica, de uma cólera ética, contra todas as formas de opressão e de injustiça, contra a corrupção e a improbidade, contra os desmandos administrativos, contra a exclusão e a indigência. Um implacável protetor dos valores mais caros da sociedade brasileira. (GIACÓIA, Gilberto. Ministério Público Vocacionado. Revista Justitia, MPSP/APMP, n. 197, jul.-dez. 2007)