Com o objetivo de formar uma cultura de prevenção e segurança nos condomínios e casas onde residem membros, servidores, estagiários e a comunidade em geral, a Coordenadoria de Segurança Institucional do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) organizou o Manual de Segurança Residencial. Direcionado a síndicos, porteiros, zeladores e moradores, a cartilha tem dicas específicas para cada categoria. As orientações mostram como se comportar em situações cotidianas a fim de evitar a ocorrência de crimes contra pessoas e o patrimônio, além de garantir um ambiente seguro e que proporcione qualidade de vida.
Dentre as recomendações para síndicos está a promoção de rigorosa seleção de funcionários, sem jamais anunciar vagas de emprego em classificados. "Por questão de credibilidade e segurança o ideal é verificar se amigos e familiares têm um nome a indicar, pois é melhor selecionar alguém dentro do ciclo de pessoas que você confie, dentre aqueles que possuam referências. Até mesmo para evitar que pessoas sem o perfil desejado ou que aproveitem da ocasião para consecução de objetivos escusos se dirijam ao condomínio", aconselha o major Carlos Alberto Alves Lemes, chefe da Seção de Atividades Especiais de Segurança do MPDFT.
Para os porteiros, uma das dicas é checar equipamentos de segurança, sistemas de comunicação, iluminação e de combate a incêndios, além das trancas dos quadros de telefonia, antes mesmo de assumir o turno de serviço. "De nada adianta o investimento em tecnologia de segurança se os equipamentos não se encontram em perfeito funcionamento. Ressalta-se também a necessidade das pessoas responsáveis pela operação desses equipamentos serem treinadas", aconselha o major.
No caso de condomínios verticais, zeladores devem ser cautelosos na hora da limpeza dos andares e do térreo, tomando o cuidado de colocar panos nos vãos entre as portas dos elevadores e o chão, conforme uma das orientações do manual. "Deve-se evitar que a água escorra pelo vão a fim de evitar danos no sistema de travamento das portas dos andares inferiores", explica.
A lista de recomendações para os moradores é a mais extensa e inclui "conhecer seus vizinhos na medida do possível". A ideia é que os condôminos fiquem atentos a eventuais rostos estranhos no local. "Dessa forma você pode ser mais um fiscal da segurança do condomínio denunciando ao serviço de portaria a presença de estranhos ou auxiliar seus vizinhos caso desconhecidos entrem no imóvel dele. Trata-se de um apoio preventivo aos vizinhos e funcionários, essencial para segurança de todos ", finaliza o major.
Leia o manual na íntegra aqui.
Um comentário:
Um bom manual para o condômino ler e entender uma coisa: ele tornou-se apenas uma presa cobiçada, guardada numa espécie de luxuoso armazém onde frequentemente os assaltantes vão, digamos assim, às compras. Ninguém vai incomodá-lo por qualquer coisa. Quando vierem atrás dele, ele pode ter certeza de que vale o risco e geralmente paga caro por isso. Pior ainda, não há como evitar nem como saber quando e como isso vai acontecer.
Isso os manuais de segurança não dizem porque estraga o piquenique na bem cuidada área de lazer dos condomínios.
As camêras de televisão de circuito fechado saudadas como o Grande Irmão da vigilância anos atras hoje são apenas o Pequeno Irmão, testemunhas impotentes de roubos, assaltos e mortes. Ajudam a polícia em alguns casos, só isso. Em outros, os assaltantes até riem para elas.
A cada medida de segurança, aliás válidas no conjunto, os bandidos se ajustam. O condomínio é virtualmente inpenetrável? Nada que uma pistola apontada para a família do responsável pela segurança não resolva. A presa usa um moderno carro blindado para ir e vir do condomínio? É só esperar o momento em que ela tenha que sair de dentro dele e então abra a caríssima blindagem que instalou para dar de cara com uma pistola apontada para ela. Afinal, em alguma hora ela vai ter que sair do carro.
É só ler nos jornais a já extensa relação de condomínios assaltados, em arrastões que subindo andar por andar ou indo de casa em casa, fazem o caixa dos bandidos com jóias, dólares e carros de luxo, levados para algum desmanche ou para um novo e feliz dono em países vizinhos.
Com a iniquidade social e política que foi cultivada ao longo dos últimos anos, verdadeira máquina de criar bandidos, os condôminos de luxo podem apenas esperar o dia em que isso vai acontecer.
Seria uma boa idéia se passassem a viver em casas mais modestas, andando num confortável e simples carro usado, sem ostentações. Além de economizarem um bom dinheiro em equipamentos de segurança e blindagens, passariam a cultivar uma boa vizinhança, redescobrindo até o prazer de irem até a padaria todo dia.
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