Não é fácil capturar os que cometem crimes como o esquartejamento de pessoas. Detidos, é difícil mantê-los presos. Mantidos, é raridade levá-los a julgamentos. Julgados, é pouco frequente condená-los. Condenados, geralmente recorrem da sentença. Quando apelam, nem sempre a decisão é validada. Aí, após investigar, descobrir, capturar, manter preso, levar ao tribunal, julgar, condenar e conservar a sentença, não se consegue justiça porque o bandido alcança as ruas pelas portas largas da formação pseudolibertária de alguns operadores do direito.
Em tese, os assassinos de Tim Lopes terão ainda de cumprir duas partes da pena, nos regimes semi e aberto. Na prática, já estão livres. Seus comparsas mal puseram os pés na calçada e nunca mais prestaram contas. Não se trata de descrer do ser humano ou outras conversas fiadas de ressocialização. Nada nem ninguém consegue recuperar esse tipo de bandido. Em diversos países, inclusive nos que o Brasil imita para tudo, essa espécie de marginal só entra na cadeia uma vez. Nunca mais sai, ainda que sem pena de morte. Por aqui, mesmo com péssimos antecedentes e respondendo por outros crimes, ganha atestados de bom-mocismo no sistema prisional. É trágico assistir diretor de penitenciária avaliando se alguém está apto a viver em sociedade, principalmente em episódios do gênero.
Por Demóstenes Torres, Procurador de Justiça (MP-GO) e Senador (DEM-GO).