A vida só tem um sentido, e o único sentido que a vida tem é quando investimos nossa vida na vida dos outros, ou quando encarnamos a luta dos outros como se ela fosse nossa, a luta do coletivo. Esta é a lida do Promotor de Justiça: lutar pela construção contínua da cidadania e da justiça social. O compromisso primordial do Ministério Público é a transformação, com justiça, da realidade social.



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23 de outubro de 2008

Nova Constituinte


Veja a opinião de Paulo Bonavides acerca do lobby em favor d'uma nova Constituinte:

"Isso representa um Golpe de Estado Branco, que já se tentou várias vezes. Há cerca de dez anos, eu fiz uma denúncia à nação para que reagíssemos e tolhêssemos a marcha do golpe e essa tentativa de ferir de morte a Constituição.

Essa tentativa agora está sendo ressuscitada pelo egoísmo das elites brasileiras, as que estão à frente do processo político e tentam desvirtuar a CF/88, exatamente no momento em que celebramos seus 20 anos. Querem atraiçoá-la, querem feri-la mortalmente e seqüestrar do povo brasileiro o texto de sua liberdade.

Este é um trabalho de traição à nacionalidade, é um trabalho sub-reptício, que está sendo feito nos subterrâneos de nossas instituições políticas e que, agora, vai aflorar com mais força para esmagar a grande conquista da sociedade brasileira, que é a Carta de 1988.

Corremos gravíssimo perigo de sermos apunhalados por um golpe de estado branco, dissimulado e feito como se fora para salvaguardar a Constituição. O que se quer, na verdade, é aniquilar, destruir, é tirar do povo a sua arma maior para a sua liberdade. Temos que reagir, salvar a Constituição."

Um comentário:

Anônimo disse...

O que temos é uma constituição que é um teatro político, verdadeira farsa para o lucro de uns poucos ás custas dos milhões de cidadãos brasileiros.

O medo que alguns tem de uma constituinte é na verdade o medo de que os obscenos privilégios que essa constituição deu a altos membros dos três poderes sejam retirados. E na verdade, com a tradicional corrupção e hábito de tudo vender e negociar da nossa classe política, uma assembléia constituinte nada mais faria do que ser uma nauseante repetição da assembléia de 1988, corretamente apelidade de "assembléia prostituinte" onde a nação brasileira foi entregue como condomínio para uso e abuso de classes políticas e tão somente isso.

No Brasil existem cidades pobres, com 2.000 habitantes cujo prefeito se outorga um salário de 10 mil reais e diz que é injusto, mas a constituição garante, não garante?

Golpe? Se houver que seja declarado, esclarecido e que diga a que veio, nada de subterfúgios ou conversas inúteis.

Getúlio Vargas era um ditador e em certos momentos a nação brasileira aceita que o poder seja assim conduzido porque é a única saída que tem. Em 10 de novembro de 1937, Getúlio implantou o Estado Novo e em 11 de novembro fechou de câmaras de vereadores até o congresso nacional. Alguém chorou por isso?

Uma coisa ele sabia. Com esses mercadores do futuro e da vida do povo brasileiro, só existia uma atitude a tomar: força e força bruta.

Serve esse passado de reflexão para o que fazer num futuro próximo.

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Paradigma

O Ministério Público que queremos e estamos edificando, pois, com férrea determinação e invulgar coragem, não é um Ministério Público acomodado à sombra das estruturas dominantes, acovardado, dócil e complacente com os poderosos, e intransigente e implacável somente com os fracos e débeis. Não é um Ministério Público burocrático, distante, insensível, fechado e recolhido em gabinetes refrigerados. Mas é um Ministério Público vibrante, desbravador, destemido, valente, valoroso, sensível aos movimentos, anseios e necessidades da nação brasileira. É um Ministério Público que caminha lado a lado com o cidadão pacato e honesto, misturando a nossa gente, auscultando os seus anseios, na busca incessante de Justiça Social. É um Ministério Público inflamado de uma ira santa, de uma rebeldia cívica, de uma cólera ética, contra todas as formas de opressão e de injustiça, contra a corrupção e a improbidade, contra os desmandos administrativos, contra a exclusão e a indigência. Um implacável protetor dos valores mais caros da sociedade brasileira. (GIACÓIA, Gilberto. Ministério Público Vocacionado. Revista Justitia, MPSP/APMP, n. 197, jul.-dez. 2007)