A vida só tem um sentido, e o único sentido que a vida tem é quando investimos nossa vida na vida dos outros, ou quando encarnamos a luta dos outros como se ela fosse nossa, a luta do coletivo. Esta é a lida do Promotor de Justiça: lutar pela construção contínua da cidadania e da justiça social. O compromisso primordial do Ministério Público é a transformação, com justiça, da realidade social.



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22 de maio de 2009

Escolha do PGR: notáveis comentam papel do MPF


Por ocasião da votação da lista tríplice da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), que indicará os candidatos à sucessão de Antonio Fernando Souza, especialistas e dirigentes de instituições da sociedade civil opinam sobre a importância do Ministério Público Federal e o papel do procurador-geral:

"O Ministério Público Federal tem sido avaliado favoravelmente na comparação com outras instituições do Estado. Isso se deve às mudanças no papel do MP que a Constituição de 1988 introduziu. No entanto, talvez mesmo porque seja benquisto, o MP parece ter deitado nas cordas. Na comparação com o Judiciário, que é um poder muito opaco, o MP é ainda pior: não se conhece quase nada de suas entranhas. Por exemplo, quantos 'assessores' um procurador pode nomear livremente? Quem são, quantos são e quanto ganham? Qual é eficiência real da ação do MP e de suas subdivisões, em termos da porcentagem de denúncias recebidas pelo Judiciário em relação ao total de denúncias oferecidas pelo MP? A ausência de respostas a essas e outras perguntas indica a indisponibilidade do MP de se fazer visível". (Claudio Weber Abramo - Diretor executivo da Transparência Brasil)

"O MPF ganhou muitos poderes na Constituição de 88. Cresceu muito e nem sempre tem estado à altura de sua importância e responsabilidade. No STF, convivi com dois PGRs: Sepúlveda Pertence e Aristides Junqueira. Sem nenhum favor, foram exemplares pela seriedade e equilíbrio. O atual, Antonio Fernando, tem sido modelar. Um procurador-geral não se confunde com um ministro do Supremo, mas deve ter os mesmos requisitos". (Paulo Brossard, Advogado, ex-presidente do STF)

"O MPF tem se institucionalizado e creio que isto se deve ao empenho dos dois últimos procuradores-gerais. O processo de escolha envolve os integrantes da instituição, ainda que a decisão final seja do Presidente. O desempenho do atual procurador-geral mostra que o fato de sua indicação ser do chefe do Executivo deve ser relativizado. Ele demonstrou independência". (Maria Tereza Sadek - cientista política da USP e pesquisadora sênior do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Judiciais)

"É uma instituição fundamental, democrática e responsável por um dos pilares do tripé da Justiça, formado também pela Magistratura e pela Advocacia. O MPF se aperfeiçoa, se especializa e presta relevantes serviços à sociedade. A interloucção com a Ordem dos Advogados do Brasil tem sido positiva, o diálogo tem sido leal e franco, a propor uma relação que deve ser de cooperação e complementação das atividades que envolvem a Advocacia e o MP. Nenhum problema deve surgir do Judiciário, do MP ou da Advocacia, se cada um cumprir sua função nos limites estabelecidos pela lei." (Luiz Flávio Borges D’Urso -Presidente da OAB SP)

"A imagem do MPF é excelente. Trata-se de uma instituição independente, que promove a defesa incondicional da sociedade. No que diz respeito especificamente à gestão do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, nunca houve na história dessa instituição outro representante com tanta coragem e independência. Ele é um modelo de conduta ética". (Mozart Valadares Pires, presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros)

"O promotor não deve ser o acusador obstinado, tendo a obrigação de, em nome do justo, proclamar a inocência, quando as provas e a sua consciência assim determinarem." (Antônio Cláudio Mariz de Oliveira - Advogado Criminalista)

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O Ministério Público que queremos e estamos edificando, pois, com férrea determinação e invulgar coragem, não é um Ministério Público acomodado à sombra das estruturas dominantes, acovardado, dócil e complacente com os poderosos, e intransigente e implacável somente com os fracos e débeis. Não é um Ministério Público burocrático, distante, insensível, fechado e recolhido em gabinetes refrigerados. Mas é um Ministério Público vibrante, desbravador, destemido, valente, valoroso, sensível aos movimentos, anseios e necessidades da nação brasileira. É um Ministério Público que caminha lado a lado com o cidadão pacato e honesto, misturando a nossa gente, auscultando os seus anseios, na busca incessante de Justiça Social. É um Ministério Público inflamado de uma ira santa, de uma rebeldia cívica, de uma cólera ética, contra todas as formas de opressão e de injustiça, contra a corrupção e a improbidade, contra os desmandos administrativos, contra a exclusão e a indigência. Um implacável protetor dos valores mais caros da sociedade brasileira. (GIACÓIA, Gilberto. Ministério Público Vocacionado. Revista Justitia, MPSP/APMP, n. 197, jul.-dez. 2007)