A vida só tem um sentido, e o único sentido que a vida tem é quando investimos nossa vida na vida dos outros, ou quando encarnamos a luta dos outros como se ela fosse nossa, a luta do coletivo. Esta é a lida do Promotor de Justiça: lutar pela construção contínua da cidadania e da justiça social. O compromisso primordial do Ministério Público é a transformação, com justiça, da realidade social.



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12 de setembro de 2008

Indignação


Estou oferecendo meu telefone para ser grampeado.

Recentemente fui vítima de uma espécie de "golpe" de uma editora e de uma operadora de cartão de crédito, já recebi pelo menos umas três daquelas ligações provenientes de presídios, recebo inúmeros trotes e tive problemas absurdos com a Telefônica.

Diante disso tudo, adoraria que a polícia grampeasse o meu telefone e tomasse as providências legais em relação a esses fatos.

O fato é que não vivemos num Estado Policial. Vivemos num Estado Criminal.

O cidadão comum e honesto, que não tem nada a esconder e que está pouco ligando se suas ligações telefônicas ou contas bancárias são vasculhadas ou não, gente como eu, é vítima constante e não tem a quem recorrer.

Acho que todo esse forrobodó em torno de grampos é uma afronta a nós, contribuintes e cidadãos.

Por MONICA BAPTISTA CIARI, Ubatuba, SP, Painel do Leitor do Jornal "A Folha de S. Paulo" de 12/09/08.


***

Meus "agradecimentos sinceros" ao Superior Tribunal de Justiça pela soltura dos bandidos do PCC.

Nós, cidadãos comuns, que não temos dinheiro para ter guarda privada nem carros blindados caríssimos, mas que pagamos com nosso suor os salários e os benefícios enormes de que os juízes do STJ usufruem, estamos completamente na mão de traficantes, de seqüestradores e de assaltantes cruéis e não nos convencemos das razões alegadas.

É de causar espanto os presos não terem os seus processos concluídos após tantos anos.

Por MARIA TEREZA MURRAY, São Paulo, SP, Painel do Leitor do Jornal "A Folha de S. Paulo" de 12/09/08.

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Paradigma

O Ministério Público que queremos e estamos edificando, pois, com férrea determinação e invulgar coragem, não é um Ministério Público acomodado à sombra das estruturas dominantes, acovardado, dócil e complacente com os poderosos, e intransigente e implacável somente com os fracos e débeis. Não é um Ministério Público burocrático, distante, insensível, fechado e recolhido em gabinetes refrigerados. Mas é um Ministério Público vibrante, desbravador, destemido, valente, valoroso, sensível aos movimentos, anseios e necessidades da nação brasileira. É um Ministério Público que caminha lado a lado com o cidadão pacato e honesto, misturando a nossa gente, auscultando os seus anseios, na busca incessante de Justiça Social. É um Ministério Público inflamado de uma ira santa, de uma rebeldia cívica, de uma cólera ética, contra todas as formas de opressão e de injustiça, contra a corrupção e a improbidade, contra os desmandos administrativos, contra a exclusão e a indigência. Um implacável protetor dos valores mais caros da sociedade brasileira. (GIACÓIA, Gilberto. Ministério Público Vocacionado. Revista Justitia, MPSP/APMP, n. 197, jul.-dez. 2007)