O Promotor de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Marcelo Henrique Câmara, 28 anos, está internado no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba (PR), à espera de transplante de medula óssea. É um dos aproximadamente 800 brasileiros que aguardam um doador para o procedimento, segundo dados fornecidos no dia 16 de julho de 2007 pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), do Rio de Janeiro (RJ). O INCA gerencia a lista chamada Registro Brasileiro de Receptores de Medula Óssea (Rereme), na qual são incluídos os pacientes que necessitam do transplante, e também a lista denominada Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), que conta atualmente com 420 mil doadores.
Apesar de ser bastante superior o número de doadores cadastrados, as chances de compatibilidade para os pacientes à espera de transplante são muito reduzidas. "A sociedade precisa se organizar para estabelecer uma grande rede de doadores", espera o Promotor de Justiça. Isso porque, no cruzamento de dados do cadastro nacional, as chances de compatibilidade são de uma para cada 100 mil testes, segundo o INCA. Quando o paciente não encontra doador no cadastro nacional, é feita uma comparação com listas de doadores no exterior. Mas as chances, então, caem para uma em um milhão.
Também Professor de Direito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Marcelo Câmara ainda não encontrou doador compatível, mas mantém esperança. "Neste estágio da vida o que mais se precisa é experimentar a solidariedade. A doação da medula é um gesto concreto de humanidade e uma prova efetiva de que as pessoas estão comprometidas umas com as vidas das outras", afirmou Marcelo Câmara em entrevista concedida ao Jornalista Rodrigo Cardoso, e veiculada no dia 2 de julho de 2007 no telejornal Bom Dia Santa Catarina, da RBS TV.
A partir do quadro enfrentado pelo representante da Instituição, e motivados pela sua perseverança, os membros do MPSC estão se mobilizando para sensibilizar os demais representantes da classe em todo o País, e também a sociedade brasileira, para a importância da doação, um procedimento bastante simples e que pode ser realizado por qualquer cidadão saudável, com idade entre 18 e 55 anos. Para se tornar um doador, é necessário que o voluntário colete uma amostra de sangue, que será analisada e passará a fazer parte do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). A doação não beneficia um paciente específico, mas qualquer integrante da lista de espera que apresente compatibilidade.
Como ser um doador de medula óssea
Primeiro é necessário fazer uma coleta de amostra de 5ml a 10ml de sangue em qualquer hemocentro do País (em Santa Catarina, pode ser feito numa das unidades do Hemocentro de Santa Catarina - Hemosc), para que seja verificada a compatibilidade genética do tipo sangüíneo do possível doador com os pacientes à espera do transplante;
O sangue poderá ser coletado sem a necessidade de jejum e podem ser doadores pessoas com idade entre 18 e 55 anos;
A doação de sangue não é direcionada a nenhum paciente, e sim incorporada ao banco de doadores;
Quando o cruzamento dos dados sangüíneos revelar compatibilidade com um paciente, o doador será chamado para colher nova amostra de sangue, também de 5ml a 10ml, para exames mais aprofundados, a fim de confirmar a possibilidade de doação.
Fonte: Hemocentro de Santa Catarina (Hemosc)
Como é feita a doação da medula óssea
O procedimento de doação de medula, na maioria das vezes, é realizado em São Paulo, sendo necessário apenas um dia de internação hospitalar. Todas as despesas do doador são custeadas pela rede pública de saúde.
Através de punções e sob anestesia, uma pequena quantidade de no máximo 10% da medula é retirada do osso da bacia do doador.
A retirada é rápida, não causa danos à saúde e em poucas semanas a medula do doador se regenera.
Não é necessário que o doador altere seus hábitos de vida, trabalho ou de alimentação.
A recuperação da medula no portador de leucemia começa algumas semanas após o recebimento do transplante.
Fonte: Hemocentro de Santa Catarina (Hemosc)
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