15 anos de Ministério Público
Vocação vem do verbo latino voco, vocare,
que quer dizer "chamar". Quem se dedica a uma vocação dedica-se
a um chamado interior.
Er, soldado morto em batalha, foi o único que
voltou para contar o que viu no além. No mito de Er, tratado em “A República”
de Platão, descobre-se, entre outras coisas, que a alma é quem escolhe o corpo
a ser ocupado conforme sua vocação.
Digo aos jovens, sobretudo aos concurseiros,
para não se contentarem com um emprego, uma profissão, ou mesmo uma carreira.
Busquem a vocação!
Alguém – não
me lembro quem – disse que “quando seguimos a nossa vocação, o cansaço é
mais fácil de suportar, as decepções são como combustíveis, as vitórias são
diferentes de tudo que já sentimos”. É verdade!
Sou grato à vocação ter me impelido a prestar 5
concursos públicos, todos eles para a carreira do Ministério Público. Sempre sonhei
em ser Promotor de Justiça, não importava onde.
Há exatamente 15 anos, com 25 anos de idade, ao tomar posse no cargo de
Promotor de Justiça, jurei realizar o correto manejo da Lei, para encontrar o
Direito e, por consequência, promover a Justiça.
Guardo na parede da memória, com carinho e saudosismo, quadros que
retratam a geografia, o povo e os costumes de cada uma das comarcas onde atuei.
Tenho muito orgulho de tudo o que fiz até aqui no exercício do meu
ofício, mas tenho a absoluta consciência de que há muita coisa ainda para ser
feita. Não foi pouco o que fiz, mas está longe de ser o suficiente. Noutras
palavras, pouco importa o que já foi feito até aqui... o que interessa mesmo é
a renovação do entusiasmo e da capacidade de continuar fazendo. Para usar um
clichê da moda: ser um fazedor (maker).
O exercício do cargo de Promotor de Justiça é sinônimo de sacrifício (palavra formada por sacro + ofício). Vale dizer, é trabalho sagrado que extrapola a esfera
pessoal de quem o exerce, pois traz benefícios para além de si. As
causas de seu agir são das mais nobres que um cargo público pode conferir
àquele que o ocupa. É a defesa do regime democrático, da ordem jurídica e dos valores
superiores da sociedade (vida, liberdade, dignidade, justiça...).
As palavras do poeta
amazonense Thiago de Mello traduzem como um sapato chinês os membros do
Ministério Público: “Não somos nem melhores nem piores. Somos iguais. Melhor é
a nossa causa”. Temos lado: defendemos a sociedade! Está lá no artigo 127 da
Constituição Federal.
Cuida-se de uma atividade
pública gratificante e realizadora, umbilicalmente ligada aos altos interesses
da comunidade... uma missão de vida!
“Fazer o que você gosta é
liberdade. Gostar do que você faz é felicidade”. O famoso desenhista americano
Frank Tyger assertou e acertou.
Sou livre e feliz!
Por César Danilo Ribeiro de Novais, Promotor de Justiça no Estado de Mato Grosso e Editor do Bogue "Promotor de Justiça".
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